sexta-feira, 28 de junho de 2013

DIARIO INDEPENDENTE E LONGA LISTA DAS VITIMAS DO DITADOR DHLAKAMA

Olofsson, uma potencial candidata a 
presidente da Liga Feminina da
Renamo, há um numeroso grupo de 
militantes e quadros da perdiz que 
foram sendo afastados, um porum, em 
episódios que sempre cheiraram a 
ditadura do líder.
Vejamos a lista que o MAGAZINE, 
o irmão mais velho do Diário
INDENPENDENTE, conseguiu
elaborar: 
negociações de paz de Roma caiu em 
desgraça, depois de uma história mal 
contada por Joaquim Chissano,
estranhamente aceite, de ânimo leve por 
Dh l a k a m a . Do m i n g o s h a v i a
desempenhado altas funções durante a 
guerrilha e era largamente visto como o 
número 2 da “perdiz”, representando uma 
mais valia para o partido, na frente 
política e diplomática.
Depois das eleições de 1994, foi 
Chefe da Bancada da Renamo. Aopinião 
O negociador-chefe da Renamo nas pública fixa que ele caiu por ser visto 
As bases do partido Renamo, a nível da do candidato Namburete.
cidade de Maputo, comandadas pela Chefe De nome completo António Augusto 
Regional Sul, Gania Mussagy, anunciaram, na Eduardo Namburete, nascido em Novembro 
manhã de ontem, numa reunião em que se de 1968, hoje, para além de ser docente 
fizeram presentes os membros daquele partido universitário na maior universidade do País, a 
a nível da cidade, Eduardo Namburete como Universidade Eduardo Mondlane, é também 
candidato ao município de Maputo. deputado à Assembleia da República pela 
Contactada a propósito, a porta-voz do bancada da Renamo-União Eleitoral, círculo 
gabinete eleitoral daquela formação política, eleitoral do Maputo.
Maria Ivone Soares, explicou à equipa do Segundo o seu net blog, sente que precisa 
Diário INDEPENDENTE que a eleição de de partilhar os seus pontos de vista com os 
Namburete foi caracterizada por um ambiente munícipes da cidade de Maputo, que o 
saudável e de festa, onde os outros candidatos elegeram para seu representante, bem como 
a candidatos ao município de Maputo, partilhar com o mundo um pouco daquilo que 
nomeadamente Fernando Mazanga e Jeremias é o seu pensamento sobre Moçambique, Pátria 
Pondeca, retiraram a sua candidatura, a favor que também o fez homem. A.Moyana 
Director: Salomão Moyana Editor: Lourenço Jossias Maputo, 03 de Setembro de 2008 * *
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Ano I n. 105
De segunda a sexta, o seu jornal electrónico registado sob o n° 06/GABINFO-DEC/2007 * Propriedade de ZAMBEZE 
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De Raul Domingos a Linette Olofsson e David Aloni
A longa lista das vítimas 
do ditador Dhlakama
Raul Domingos O líder da
Renamo já tem uma longa lista de 
vítimas, da sua acção arrogante e 
irresponsável, tendo alguns, até, já 
morrido de desgosto por tanta
humilhação, num partido que se diz 
democrático. Desde o caso mais 
mediático de Raul Domingos, que foi 
expulso depois de um golpe de mestre 
de Joaquim Chissano, acatado, de 
pronto, por Dhlakama, a Linette 
A polémica comissão 
Política da Renamo
A Comissão Política da Renamo, 
que ora delibera que Simango e outros 
presidentes dos municípios governados pela Renamo são candidatos
automáticos, ora obriga Manuel
Pereira a pedir desculpas e a retirar a 
candidatura, ora ainda indica Manuel 
Pereira como candidato oficial da 
“perdiz” no Chiveve é constituída 
pelos seguintes ilustres:
Afonso Dhlakama
Gania Mussagy
Jerónimo Malagueta
João Alexandre (já falecido)
Maria Inês
Rui de Sousa 
Eduardo Namburete aposta 
da Renamo em Maputo
Dcomo sombra do líder, este que é um potencial acabou morrendo, dia seguinte, sozinho, na sua 
ditador. residência, na Matola.
David Aloni, que era também membro do 
Dr. Joaquim Vaz Conselho de Estado, era nosso colaborador e 
pessoa amiga.
Antigo Secretário particular de Dhlakama À família enlutada, a Direcção e todos os 
na guerrilha, Joaquim Vaz foi nomeado colaboradores do MAGAZINE endereçam as 
Secretário-geral da Renamo depois do mais sentidas condolências.
afastamento de Raul Domingos. Sena de etnia, 
tal como Domingos, uma das suas prioridades Linette Olofsson
como SG era reunificar a Renamo, tendo Foi deputada da Assembleia da República, 
proposto a readmissão de Raul Domingos. entre 1999 e 2004. Não renovou o mandato no 
Essa proposta caiu como um abuso ao líder Parlamento depois de, à última hora, ter sido 
todo-poderoso, tendo custado o cargo a Vaz, que excluída pelo líder da Renamo, em decisão 
preferiu filiar-se no PDD, o partido, entretanto, polémica que deixou feridas na dinâmica 
fundado por Raul Domingos. militante. Anos mais tarde, Linette caiu
definitivamente em desgraça, quando tentou 
David Aloni candidatar-se à liderança da Liga da Mulher da 
Foi Vice-Chefe da Bancada Parlamentar da Renamo, em conferência realizada na Beira, na 
Renamo nas eleições de 1994, tendo, também, presença, em pessoa, de Afonso Dhlakama, que 
caído em desgraça por desavenças com manipulou todo o processo a favor de uma 
Dhlakama. candidata da sua preferência. 
Depois da sua passagem pelo Parlamento, 
Aloni, um intelectual de reconhecida categoria, Benjamim Pequenino
foi indicado Chefe do Gabinete de Dhlakama, 
tendo se desatinado com o líder por não Quadro sénior da Renamo, oriundo da 
concordar com os métodos de regulado por este Zambézia, chegou a ser Presidente do Conselho 
usados. de Administração dos Correios de
Numa reunião da liderança da Renamo, Moçambique, num exercício que foi
realizada Sexta-feira, para debater a actual crise notoriamente em reconhecimento à sua
na Beira, Aloni foi o único, no seio da cambada capacidade técnica e competência como gestor.
de casmurros presentes, a dizer a Dhlakama que Tal como outros quadros com visão crítica, 
a decisão de afastar Daviz Simango tinha sido teve que se enfrentar em público com o líder da 
uma falta de respeito para com os quadros e para Renamo, acabando, mesmo, por sair, desiludido 
com os simpatizantes da Renamo. Talvez com a liderança da perdiz e com a política, em 
frustrado com a teimosia de Dhlakama, Aloni geral.
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Diário Independente - P. 2/5 - 03/09/08 - n°105
Francisco Machambisse
Deputado da AR, Machambisse também 
caiu em desgraça, depois de ter sido acusado por 
alas internas da Renamo, instigadas pelo líder, 
de ter “vendido” os resultados eleitorais de 2004 
à Comissão Nacional de Eleições onde era 
mandatário da lista da Renamo.
Desde então, Machambisse, que é também 
ndau, tal como Afonso Dhlakama, foi afastado 
dos centros de decisão da Renamo, sendo 
frequente ouvir que ele não irá renovar o 
mandato porque o “tio Afonso” não o quer ver 
por perto.
Dionísio Quelhas
Foi deputado da Renamo e influente
membro da sua Comissão de Relações
Internacionais. Eleito pelo círculo de Manica, 
viu-se impedido de renovar o mandato entre 
2005 e 2009, por intrigas alimentadas e seladas 
pelo presidente Dhlakama.
Esta não renovação de Quelhas, um
académico e professor universitário, é vista 
como uma grande perca para a Renamo, à 
semelhança, aliás, de todos os quadros que têm 
caído por má gestão da liderança.
Ossufo Quitine
Foi Chefe da Bancada, a seguir a Raul 
Domingos. Caiu em desgraça e agora vegeta, lá 
pelas bandas da Maiaia (Nacala).
Jafar Gulamo Jafar
Jurista de profissão, foi quadro sénior da 
Renamo, tendo chegado a deputado e dali a 
membro de importantes comissões de trabalho.
Orador fluente, Jafar Gulamo ajudou a 
resolver muitos problemas de índole jurídica na 
Renamo e na sua bancada na AR, mas foi 
ofuscado pelos grupos de intriguistas que 
rodeiam Dhlakama.
Caiu também em desgraça sendo que por 
ora, exerce a advocacia, fazendo militância na 
“perdiz” como simples desporto, segundo se diz.
Raimundo Samuge
Foi Chefe Nacional de Mobilização da 
Renamo e vogal do partido na Comissão 
Nacional de Eleições. Ganhou protagonismo, ao 
ser usado no processo que culminou com a 
queda de Raul Domingos, por instruções claras 
de Dhlakama.
Por ironia do destino, há uns meses que veio 
a público dizer que se afastava da Renamo por 
não ser considerado, sendo mais uma carta fora 
do baralho, mais um descontente.
Rachide Tayob
Empresário e grande financiador da
Renamo, natural da Zambézia, Rachide Tayob 
foi deputado da AR por esta bancada até que se 
desentendeu com Afonso Dhlakama, a quem 
acusa de lhe ter ficado com muito dinheiro seu, 
sob a forma de dívida contraída para financiar as 
actividades da Renamo.
Rachide acabou filiando-se no PDD, de Raul 
Domingos, quando se pensava que, nas eleições 
de 2004, o partido ganharia assentos no 
Parlamento. Depois de este objectivo
estratégico não ter sido conseguido, Rachide, 
Empresários japoneses 
sondam Moçambique
Uma missão de empresários japoneses governamentais seniores e representantes de 
visita Moçambique, desde ontem até 4 de algumas das maiores empresas nipónicas.
Setembro corrente, numa iniciativa organizada A iniciativa teve origem na cerimónia de 
pelo Governo daquele país asiático e sectores abertura da TICAD IV, realizada na cidade de 
privados japoneses, no âmbito de uma Yokohoma, em Maio último, na qual Armando 
promoção de comércio e investimentos em Guebuza, Chefe de Estado moçambicano 
África. participou , sendo este, precisamente, o
Esta missão, segundo um comunicado primeiro passo para glorificar o objectivo 
recebido à nossa Redacção, é composta por partilhado na TICAD IV, que é o da promoção 
cerca de 50 pessoas, entre as quais funcionários do desenvolvimento económico.
A longa lista das vítimas do ditador Dhlakama
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DEditorial
Diário Independente - P. 3/5 - 03/09/08 - n°105
Se dúvidas ainda houvessem sobre os reais Cidade da Beira deixava de ser Daviz Simango e atabalhoada do maior partido da oposição
objectivos políticos do líder da Renamo, eis que as passava a serManuel Pereira! nacional;
mesmas acabam de serdefinitiva e eloquentemente Incrédulos e magoados por mais esta exibição Que a velha estratégia de Dhlakama de 
dissipadas pela sua última “jogada de mestre” ao grotesca da insensatez e da baixa qualidade dividir para reinar vai chegar agora ao fim, 
ludibriar, politicamente, durante vários anos, ao humana atrelada à liderança de um partido! porquanto, ao que tudo indica, Daviz Simango vai 
jovem engenheiro Daviz Simango, presidente do Como é que uma pessoa, mentalmente concorrer na mesma, como independente, e em 
Município da Beira, prometendo e assegurando-lhe saudável, pode ser capaz de fazer o que a liderança reconhecimento da verdadeira pressão das bases, 
renovação automática da candidatura para as da Renamo acabava de fazer? Como é que se pode que até Dhlakama pode ver através das câmaras 
eleições autárquicas agendadas para o próximo dia passar anos a dizer ao público, em geral, e ao das televisões nacionais. A candidatura de Daviz 
19 de Novembro. eleitorado beirense, em particular, que o candidato Simango, fora da Renamo, vai ter, possivelmente, o 
Ao fim de uma sessão do Conselho Nacional da da Renamo é Daviz Simango para, de repente e condão de atrair, até, o voto de algum sector
Renamo, realizada no ano passado na cidade da faltando escassos dias para terminara inscrição na frelimista relutante em apoiar Lourenço Bulha, 
Beira, Afonso Dhlakama anunciou que o Eng. CNE, vircantaroutra anedota? mas suficientemente hesitante de emprestar seu 
Daviz Simango era a aposta do seu partido para a Mas, quem pode tomar seriamente a um líder apoio a um candidato da Renamo. Estando Daviz 
renovação de mandato municipal no Chiveve. que passa a vida a faltara palavra a si próprio? Simango entre Lourenço Bulha e Manuel Pereira, 
Mais tarde, a Renamo viria a anunciar, através Nós pensamos que Afonso Dhlakama está duas figuras prenhes de paleio mas vazias de obra 
do seu porta-voz, Fernando Mazanga, que os cinco infiltrado na Renamo para sabotar esta concreta, o povo beirense tem uma oportunidade 
presidentes municipais eleitos em nome da Renamo organização por dentro, favorecendo o seu soberana de escolher a quem ama de verdade, 
em igual número de autarquias eram, aparente adversário, a Frelimo. porque seu servo dos últimos cinco anos. Aliás, 
automaticamente, candidatos à sua própria Estamos a receber informações credíveis, estamos a receber informações de empresários 
sucessão, não carecendo de passar por novas segundo as quais, a Frelimo está em festa na Beira, baseados no Maputo, Chimoio, Quelimane e 
eleições internas do seu partido. com a desgraça da decisão do líder, e faz muitos Nampula, que dizem pretenderdeslocar-se à Beira 
Mais recentemente, a 8 de Agosto findo, votos para que não volte atrás, pelo menos que tudo para irdeixaro seu apoio material e moral ao jovem 
Dhlakama convocou a comunicação social para, se mantenha assim até ao fecho do processo de Daviz Simango. 
dentre outras coisas, reafirmar que o seu partido inscrição na CNE, no próximo dia 5 de Setembro. Finalmente, é preciso duvidar-se da idoneidade 
havia decidido recandidatar, automaticamente e É que, neste momento, só Dhlakama e sua moral e humana do candidato Manuel Pereira. 
sem necessidade de eleições internas, os cinco camarilha é que não conseguem ver que Manuel Como é que um cidadão, que tanto respeitamos, é 
presidentes municipais eleitos pela Renamo em Pereira será conhecido na História da democracia capaz de aceitarserutilizado desta maneira?
2003. moçambicana como aquele candidato graças ao Há cerca de dois meses, induziram-no em 
Indagado por um jornalista sobre a eventual qual a Frelimo logrou recuperar o estratégico “erro”, diz ele, candidatando-se sem saber que o 
persistência da candidatura de Manuel Pereira Município da Beira. Aliás, parece-nos ser essa a partido já tinha um candidato. Obrigaram-no a 
para o Município da Beira, Dhlakama reafirmou intenção oculta de Afonso Dhlakama: devolver escreveruma carta a pedirdesculpas ao presidente 
que “Manuel Pereira não é candidato da Renamo Beira à Frelimo e, em troca, conseguir algumas e a prometer apoiar Daviz Simango. Fê-lo. Agora, 
para Beira; o candidato da Renamo é Daviz oportunidades económicas, poraí assim. É que com que as “comadres” se zangaram, foram-lhe buscar
Simango, Pereira já escreveu uma carta a pedir Daviz Simango, Dhlakama teria imensas para servirde “bode expiatório”. Ele aceitou!
desculpas pelo mal entendido que houve”. dificuldades de retornaro Chiveve à Frelimo. Que idoneidade tem este candidato, que tanto 
Aparentemente, eliminava, de uma vez por Daviz Simango, independentemente do partido aceita chorar como rir às gargalhadas, ao mesmo 
todas, as incertezas que ainda poderiam pairar que o pôs na Beira como autarca, dignificou a nossa tempo? Não tem sentimento próprio? Não sabe 
sobre possíveis segundas intenções da liderança da cidadania, rompeu com a arrogância do sistema, dizer: basta!
Renamo em não confiar na candidatura de Daviz segundo a qual, apenas os quadros oriundos da O presente cenário, na Renamo, materializa os 
Simango. Ficava claro, não só para os media, mas Frelimo é que podem governar com competência e nossos prognósticos insistentes, segundo os quais, 
também para todo o povo moçambicano que integridade a coisa pública; Daviz Simango uma organização do tamanho da Renamo não é 
Dhlakama estava a reafirmar uma decisão superou as expectativas da própria Renamo e 
capaz de subsistir como partido ganhador
consequente do seu partido, decisão que se baseava assustou, com a sua competência e dedicação, a 
enquanto não investir na reestruturação e no reconhecimento inequívoco de bom desempenho liderança da perdiz, habituada que está a gerir
político e administrativo do jovem edil de Chiveve, quadros fofoqueiros, funcionamento regulardos seus órgãos internos. intriguistas, preguiçosos,
o qual, É que tudo o que se diz serdecisão da Comissão inclusivamente, recebeu diversos prémios anarquistas e de curta visão política.
internacionais pela boa qualidade da sua gestão Com a exclusão injusta e arbitrária de Daviz Política é decisão pessoal do líder, muitas vezes 
municipal. Simango, a liderança da Renamo provou, quanto a tomada juntamente com pessoas estranhas à 
Com base em todas as promessas de nós, o seguinte: Comissão Política e sem conhecimento dos
continuidade da sua obra autárquica, Daviz Que Dhlakama é um autêntico líder da membros desta. Sempre que se saúda um membro Simango há muito começou a preparar-se política e desgraça em Moçambique, portanto, indigno da 
materialmente da Comissão Política da Renamo poruma ou outra para a reconquista do eleitorado confiança do povo para qualquer cargo público de 
nas eleições de 19 de Novembro, estando a responsabilidade; decisão publicamente anunciada com o rótulo 
organizar as bases não só para um voto consciente, Que Dhlakama encanta-se imenso com a daquele órgão, o membro se espanta e, em seguida, 
como também para uma vigilância redobrada imitação cega das infelicidades da Frelimo. Ou se distancia, alegando não ter sido convocado a 
contra possíveis fraudes eleitorais. seja, da Frelimo, Dhlakama apenas consegue nenhuma sessão do órgão nos últimos dois ou três 
De repente e como que o País inteiro estivesse a imitar asneiras, deixando o muito de positivo que anos! celebrar o “dia das mentiras”, eis que na tarde da aquele partido tem. Por exemplo, com esta decisão Neste sentido, nós apelamos aos munícipes da última quinta-feira, 28 de Agosto, os telemóveis da desgraçada, Dhlakama pretende igualar-se à 
Beira que se unam e apoiem, massivamente, a classe política e intelectual de Moçambique são desgraça da Frelimo de eliminar, injustamente, 
bombardeados por uma mensagem: “Viragem na Eneas Comiche. Só que Dhlakama, como sempre, candidatura independente de Daviz Simango ao 
Renamo, Daviz Simango já não é candidato para só conseguiu imitaro resultado e não viu o processo cargo de presidente do Conselho Municipal da 
Beira; o candidato agora é Manuel Pereira!” “democrático” seguido pela Frelimo. É que a Beira.
Quando essa mensagem caiu no nosso eliminação de Comiche é injusta, mas feita pelo Só assim é que se dará uma contribuição 
telemóvel, rimo-nos e dissemos, cá para connosco: órgão apropriado, ao passo que a eliminação de genuína para as pessoas saberem, de uma vez por “as pessoas fazem de todos os dias o dia das Daviz Simango é injusta e ilegítima porque feita todas, que a Política, em democracia, não é uma mentiras!”. Desprezámos a mensagem porque apenas por uma pessoa que se socorre,
actividade apropriada para malabaristas e ilógica e não digna de crédito, uma vez que esfarrapadamente, do sentimento das “bases”, 
acreditávamos, ainda, nalguma seriedade do líder bases essas que agora estão em efervescente jogadores de consciências das pessoas. 
da Renamo. manifestação pública exigindo a reposição da Para que saibam que a Política, em
Cerca de 30 minutos depois, eis que o nosso legitimidade democrática violada; democracia, deve ser feita por pessoas sérias, 
correspondente na Beira nos liga, sobressaltado, e Que Dhlakama, que foi razoavelmente organizadas e com altos valores humanos, isto é, 
nos informa que acabara de sair de uma querido pelo povo por ter lutado contra a ditadura pessoas de alta qualidade humana; pessoas que conferência de Imprensa convocada pelo delegado do proletariado em Moçambique, vai acabar como detestam a mentira e a falsidade de argumentos; político provincial da Renamo, Fernando um verme político, detestado e humilhado por
Mbararano, pessoas que não passam a vida a dizer que não o qual anunciara que, devido “à todos, exactamente por não conhecer a hora 
pressão das bases”, o candidato da Renamo pela oportuna de dizer “Adeus” à liderança disseram o que disseram!
Líder da desgraça!
D
Salomão Moyana (smoyana@tvcabo.co.mzDiário Independente - P. 4/5 - 03/09/08 - n°105
desiludido com a política, voltou a dedicar-se aos Município de Maputo pela Renamo, ao que, 
seus negócios. De Dhlakama não quer ouvir porém, o líder veta.
falar.
Luís Gouveia
João Monteiro Rumores insistentes na zona da Renamo 
Jurista, e até há pouco tempo mandatário da insinuam que este deputado da Renamo também 
Renamo na CNE, Monteiro acaba de ser vítima anda em zangas com o líder, por
de Dhlakama e afastado, precisamente, na desentendimentos de ordem estratégica.
sequência do caso Manuel Pereira/Daviz
Simango. Militares
Para além daquele grupo, numerosos
Domingos Pilal guerrilheiros desmobilizados, incluindo
Engenheiro de profissão, já falecido, Pilal foi generais, foram sendo afastados por Dhlakama 
deputado da AR pelo círculo de Nampula. Foi das esferas de influência do partido. Entre eles se 
injustamente afastado do seu círculo eleitoral e incluem alguns fundadores da Renamo que 
vitimado, caindo em desgraça no partido andam a vegetar, alguns operacionais com quem 
Renamo. fez a guerra até 1992 e muitos que, até há bem 
pouco tempo, faziam parte da sua decadente 
Rahil Khan força de protecção pessoal.
Visto, muitas vezes, como um grande aliado Estas são algumas das vítimas de Afonsinho, 
de Afonso Dhlakama, correm vozes que sugerem o homem que já foi líder da Renamo, mas que, 
que as relações entre ambos se vão deteriorando agora, acaba de decretar o seu próprio fim, 
a cada dia que passa. Insinua-se que Khan tem claramente bem próximo. 
pretensões de se candidatar à Presidência do 
A longa lista das vítimas do ditador Dhlakama
Industrialização 
rural 
em passos firmes
A directora da Unidade Técnica para a 
Promoção da Industrialização Rural
(UTPIR), Odete Samba, assegurou, ontem, 
na FACI M , que o proc e sso de
industrialização em curso no País está a 
avançar a passos firmes, na medida em que, 
actualmente, Moçambique já conta com 
cerca de uma centena de pequenas unidades 
industriais, dispersas em todo o território 
nacional.
No que se refere ao suporte financeiro destas 
unidades industriais, Odete Samba aponta para 
o fundo de investimento para projectos de 
iniciativa local, vulgo sete milhões de meticais, 
ao qual se adicionam outras fontes que a própria 
UTPIR tem identificado, para assegurar o 
alastramento da industrialização nas zonas 
rurais.
AUTPIR, criada há um ano pelo Ministério 
da Indústria e Comércio (MIC), encontra-se a 
operar sob o suporte de cinco pilares,
nomeadamente, financiamento de projectos, 
pro m oç ão, for m a ç ão, m e r c ado e
desenvolvimento tecnológico.
“Além dos sete milhões de meticais, temos 
que buscar outros financiamentos (para
assegurar a rápida industrialização rural)”, 
anotou Samba, para quem, em termos de 
qualidade da produção em pequenas unidades 
industriais dispersas pelo país, ainda há muito 
por se fazer.
“Nunca estaremos satisfeitos, temos que 
continuar a melhorar, queremos mais indústrias 
de qualidade, ainda há muito por se fazer”, 
realçou.
Ainda para ilustrar avanços, Samba fez 
saber que contrariamente à edição passada da 
FACIM, na qual, a UTPIR ocupou um espaço de 
cinco metros quadrados, este ano teve que 
recorrer a nove metros quadrados, para
conseguir acomodar as seis empresas de
agroprocessamento nos distritos. DM
Na FACIM
Niassa exibe desenvolvimento 
e atrai visitantes
A província do Niassa, que, na Segunda-feira 
passada, teve o seu dia, no qual apresentou as 
suas potencialidades em várias áreas da “vida” 
económica, reclama estar a atrair vários
visitantes, dado o nível de desenvolvimento aí 
exibido. 
A informação foi dada ontem ao DI por 
Bernardo Luís, de Niassa, que é estudante numa 
universidade da capital do País e que se encontra 
a acompanhar a pujança produtiva da sua 
província, exibida na 44ª edição da FACIM.
“O Ni a ss a é u m a p r o v í n c i a e m
desenvolvimento, já passou da fase de
esquecimento e é, actualmente, um destino que 
merece respeito”, disse Luís.
Em relação à Segunda-feira, que,
coincidentemente foi o dia da abertura, Luís 
contou-nos que a exposição da sua província, a 
partir daquele dia, atraiu muitos visitantes facto 
que continua a verificar-se.
“ Aapresentação que fizemos, durante o dia da 
nossa província, cativou curiosidades e as 
pessoas já querem saber mais sobre o Niassa; 
nela exibimos as nossas potencialidades em 
vários domínios”, concluiu.
A província do Niassa, com uma superfície de 
122.176 quilómetros quadrados, tem uma 
densidade populacional de oito habitantes por 
quilómetro quadrado e a sua pujança económica 
incide, essencialmente, em agricultura (algodão, 
milho, tabaco, trigo e soja); recursos minerais 
(ouro e pedras semipreciosas) e pecuária (gado 
caprino, bovino e ovino). DM
O Executivo moçambicano e os parceiros de 
desenvolvimento reúnem-se hoje na capital do país 
naquilo que será a segunda reunião semi-anual de 
revisão conjunta do Programa Integrado do Sector de 
Estradas (PRISE), para os anos 2007 a 2009, na 
medida em que, no quadro da implementação do 
mesmo programa, orçado em cerca de um bilião de 
dólares americanos, foi acordada a realização de duas 
reuniões de balanço em cada ano.
No encontro de hoje, o Governo e parceiros vão 
acertar as contas do desempenho dos primeiros seis 
meses do presente ano e será ainda apresentada a 
proposta de alteração do quadro de avaliação de 
desempenho, bem como o plano de actividades 
para o segundo semestre. O PRISE, a ser 
implementado durante o período 2007/2009, faz parte 
da estratégia nacional do sector de Estradas
(2007/2011), que visa assegurar uma maior
transitabilidade nas estradas moçambicanas, através 
da construção, manutenção e reabilitação de estradas 
e pontes.
O programa está orçado em cerca de um bilião de 
dólares americanos, 30 por cento dos quais a serem 
alocados pelo Governo moçambicano e outra parte 
pelos parceiros de cooperação.
Importa lembrar que o ponto mais alto da aplicação 
do PRISE foi a reestruturação da Administração 
Nacional de Estradas (ANE), que, segundo os 
doadores, levou mais tempo que o esperado.
Governo e parceiros 
acertam contas
Sector de estradas
D
D

quinta-feira, 20 de junho de 2013

DEBATE COM (NOSSOS) ESTEREÓTIPOS

(1ª greve na Saúde foi em Janeiro de 1990 – há 23 anos)
Superando ou não outras especializações ou práticas profissionais, o jornalismo político está em florescimento, a par do debate político na comunicação social. É um exercício interessante da liberdade de expressão (de manifestação livre de opiniões, ideias e pensamentos), sem a qual seria outra coisa falar de democracia moderna. Mas pode estar repleto de estereótipos.
Mais do que isso, contribui para rever o que Leôncio Basbaum, em “História e Consciência Social”, caracteriza como sendo as reacções dos indivíduos perante problemas, reunindo os actores, por exemplo, em “grupos simples, grupos sociais ou primários e grupos psico-sociais”.
Algo interessante se passa em tais grupos: socorrendo-me de Basbaum, há aqueles que na fase de delírio, devido ao incumprimento de horário de machimbombo, assim que este meio de transporte chegasse à paragem, horas depois do previsto e apesar de esgotada a paciência, ocupariam os seus assentos. Com isso, esse grupo psico-social faria uma descarga emocional e voltaria ao estado normal, cada um na sua individualidade.
Mas outros, em situação semelhante, agrediriam o motorista, partiriam os vidros e provocariam outros danos ao autocarro, como forma de descarregar a sua emoção, numa manifesta ausência da consciência, de raciocínio puro e de julgamento frio.
Bausbaum considera, para os que espancariam o motorista e danificariam o autocarro, não haver “uma lógica racional em destruir” o machimbombo, senão a de uma “criança que bate na quina da mesa em que se feriu”. “O objectivo é apenas o que resultou da lei de acomodação: quebrando o ônibus (machimbombo) eliminam a carga emocional e voltam ao estado normal”.
As opiniões, em relação a tais actos, analisando a actual realidade, estariam divididas. Sendo um transporte público, haveria quem lhes desse razão, porque é dever do Estado assegurar esses serviços a tempo e horas. Outros, porém, condenariam a agressão ao motorista e danos ao autocarro, defendendo que nenhuma das reacções se justifica, apelando ao bom senso.
Se bem que estaremos até ao fim dos dias de cada um na terra com reacções comedidas e de delírio, destacando-se o facto de o delírio ser a característica da actuação das multidões, com o desaparecimento do raciocínio (para dar lugar ao delírio) – e é por isso mesmo que até temos linchamentos – em que ninguém, no caso de autocarro, quererá saber os porquês do atraso, se houve avaria ou não, se ocorreu acidente e outros problemas para que não fosse respeitado o horário, prestando atenção aos nossos debates e a forma como os acontecimentos são discutidos e analisados, há aparentemente nisso um défice de equilíbrio, com alguma amnésia pelo meio sobre factos.
Se a greve liderada pela AMM e CPSU, suspensa sexta-feira e sábado, fosse um exemplo, seria: por um lado, um grupo que aceita que o Governo não tenha fundos para satisfazer as reivindicações dos médicos nos moldes exigidos e que o problema de salário não afecta apenas os médicos, mas outro que nega todos os argumentos e considera faltar vontade (política), importando-se ou não com os demais profissionais ao serviço do Estado.
Quando o Governo afirma que o orçamento da Saúde nos últimos anos tem estado a subir, observando ser importante referir que alguma ajuda externa já não está a cair nos seus cofres e por isso mobiliza recursos internos, há um grupo que admite tal facto, mas outro garante que o orçamento tem estado a baixar – são estatísticas desencontradas e desequilibradas, completamente com resultados opostos, talvez de fontes diferentes.
Este exemplo demonstra, só por si, que há défice de equilíbrio. As informações que circulam tendem a não ter nenhum ponto de equilíbrio e disso resulta uma escolha de cada um, se acredita na fiabilidade desta ou daquela fonte. É nocivo porque as consequências são graves, provocam o exacerbar dos ânimos e peca por mostrar realidades antigas como casos ímpares no contexto social, económico e político de  Moçambique, que nunca antes aconteceram, falseando-se de algum modo a história.
Talvez ocorra o que um porta-voz de uma organização política disse, certa vez, afirmando que omitir não é mentir, pois, em defesa da imagem da sua organização, pode fazer de contas que determinados factos não aconteceram, reportando os mais convenientes. Que dizer, deste pronunciamento!
Quero acreditar que entre moçambicanos, e estrangeiros, a greve de Janeiro deste ano foi vista como a primeira na história da Saúde. Mas, se recuarmos no tempo, aproximando-nos das primeiras greves, período em que até jornalistas do actual sector público foram grevistas, podemos encontrar elementos surpreendentes.
O Ministério da Saúde já enfrentou greves e conheço funcionários públicos que depois disso não mais voltaram a ser, por exemplo, enfermeiros, embora tivesse ficado nessa altura com a impressão de terem abandonado a Saúde por vontade própria.
O que tinha acontecido nesse período? É uma questão importante porque, de contrário, cimentaremos ideias que podem não constituir à verdade sobre a actual realidade moçambicana e, como sempre, o passado será convocado como um dos períodos áureos da nossa história e sem igual – não se pretende dizer que estamos bem, mas, provavelmente, que “estamos a viver mesmo assim”, como canta uma banda angolana.
Relata-nos o “Diário de Moçambique” de Janeiro de 1990, que uma grave dos trabalhadores da Saúde teve início no Hospital Central de Maputo no dia 8 (de Janeiro). Era ministro Leonardo Simão – de propósito não me vou referir a outras figuras do Governo dessa época, por achar escusado. Simão é citado a afirmar: “Ninguém pode dar o que não tem”. ( 23 anos depois, o que se diz?) Ele respondia aos grevistas e disse mais, citado na edição de 18 de Janeiro:
Há casos de reivindicações sobre regalias não previstas na lei, que foram abolidas ou contrariam a legislação em vigor. Por isso, a sua satisfação não é possível, devido sobretudo ao empobrecimento económico em que o país se encontra mergulhado”.
O ministro, mesmo assim, garantiu que seriam estudadas alternativas de aumento salarial, solucionados casos pendentes das carreiras profissionais e concluído o quadro do pessoal do Ministério da Saúde – conjecturando: de 1975-77 até Janeiro de 1990, a Saúde não tinha o quadro do pessoal completo.
Tal greve se repercutiu no Hospital Central da Beira (HCB) a partir de 16 de Janeiro de 1990. O “DM” relata nos dias posteriores que os enfermeiros básicos, que tinham enviado um caderno reivindicativo ao Ministério de Saúde em Dezembro de 1989, exigiam como salário mínimo 80 mil meticais, contra os 33 mil que recebiam, pagamento de bónus de antiguidade, remuneração de risco de vida, enfim, melhores condições salariais e de vida.
Se todos nos recordássemos desse historial e tivéssemos pontos de equilíbrio, as nossas discussões, reivindicações, atitudes seriam menos dolorosas e não correríamos o risco de branquear a história – o nosso passado foi de sofrimento também. O que se reivindica hoje, foi exigido, em parte, em 1990.
Mas passamos a vida a não encontrar um cruzamento para analisarmos os nossos problemas, de propósito ou não. E aí lamento porque no caso de nós jornalistas, não só temos a obrigação de conhecer a história de nossa profissão, mas também a do país.
Mas o que me preocupa mesmo, sublinho, é o défice de equilíbrio e alguma amnésia à mistura. Andamos nos extremos. É isso que nos leva a construir um vocabulário cheio de adjectivos para nos qualificarmos uns aos outros. E Mia Couta dizia: “A imagem que nós temos uns dos outros é feita muito de clichés (…)” 
(Só para se compreender o que aconteceu. Punha-se a Mia Couto, no Brasil, a pergunta: Quais sãos os maiores problemas de Moçambique hoje? Em resposta disse: “ Antes de responder à pergunta, eu vou dizer uma coisa. A imagem que nós temos uns dos outros é feito muito de clichés, de estereótipos”)