Abuso do Povo no Poder em directo na TV
Quem
conhece o músico do Povo no Poder?
[Eu falo de povo para o povo/ Porque eu sou o povo e tu és povo/ Usamos a mesma
linguagem/ E quando tu falas eu te oiço/ quando eu falo tu me ouves/ (…..)
Agora que estamos juntos, vou vos contar um segredo/ Eles não podem connosco/
Eles agora têm medo/ E na nossa causa justa não podem se infiltrar/ (…) Este
não é o povo de 75/ Este povo foi a
escola (…)]
Antes
de lá chegar, passo por um artigo de opinião que apresenta um antigo de
deputado da Assembleia da República, na primeira legislatura, como falsificador de moeda, líder de um
partido que estabeleceu aliança com outro, mais novo, mas com assentos na Casa
do Povo. Povo, essa palavra que até
se usa para matar o verdadeiro povo.
Sucede
que o tal do Povo no Poder, por
ironia das alianças ou seja lá o que for, nas eleições que se seguiram ao
surgimento dessa novel organização política, ora apontada como aliada de falsificador de moeda condenado a dois anos
de prisão, suspensa por cinco anos, era seu candidatado a deputado. Não
passou. Mas poderia ter sido eleito.
Ele,
bem estudado que é, com diploma universitário, certa vez, não se sabe bem o
porquê, teve o privilégio, primeiro, de dar a conhecer aos telespectadores de
um canal de TV, privado, que era consumidor activo da cannabis sativa. Não se sabe se os fumadores passivos das suas baforadas incluem a companheira e
provavelmente filho(a)(s) ou não.
Para
consumação da declaração e sua fiabilidade, segundo, de joelhos, pediu
desculpas à sua querida mulher, presumivelmente pelos desvios de conduta que
afectavam o casal, tendo jurado, como se faz durante a oração, que deixaria de
consumir a cannabis.
Mas
o tal do Povo no Poder, ouvi dizer, e,
pelas tentativas de seguir o programa que o projectou como consumidor da cannabis, deve ser verdade – o
preparador dos bifes, talvez com
tempero da erva, até ao dia em que
escrevi estas linhas, andou ausente – voltou à mesma estação televisiva para
promoção do que mais gosta: a soruma!
Levava
soruma. Chegou a iniciar a preparação da cannibis
para fumar [ninguém fez a pergunta: Ó Povo
no Poder, então não juraste perante a sua companheira que te desligavas
definitivamente das cannabis? ], pediu uma folha de maçaroca, [maçaroca da Frelimo – fez questão de satirizar], porque o papel tem químicos e
estes fazem mal quando se enrola a soruma
para fumar.
Há
contras e prós essa cena, que não se consumou em directo. Não mais foi visto o
que se seguiu. O Povo no Poder sumiu,
o dos bifes também, desde o programa
de promoção de soruma e do seu consumidor até ao momento em que bato
nestas teclas.
Mas foi depois de ter dito coisas tais como há
uma lei que autoriza consumo da cannabis aos
seguidores do Movimento Rastafári. Mais esquisito: ele garantiu que dias antes
tinha sido encarcerado com um rasta, este
por causa de soruma e ele, pela posse
de dois bilhetes de identidade, sendo de ambos os documentos portador/titular.
O Povo no Poder,
depois de se explicar em relação aos BI, quis se ver livre com o portador da cannabis. Porque o agente da Polícia
rejeitasse a exigência, ele revelou (?) que também era fumador da erva. E, estando o do Movimento detido,
que os agentes da Polícia o prendessem também! O músico do Povo no Poder mostrava solidariedade!
Mais não poderia ter feito, tal como foi citado: Foi à casa e
voltou com soruma no bolso e quis
fumar ou fumou mesmo na esquadra da Polícia, alegando recomendação médica ou de
curandeiro, para se aliviar da epilepsia, que nunca a tinha evocado nem no dia
em que pediu desculpas à sua cara-metade em directo na TV privada.
[Diz: O tratamento da epilepsia é
realizado através de medicações que possam controlar a actividade anormal dos
neurónios, diminuindo as cargas cerebrais anormais. Existem medicamentos de
baixo custo e com poucos riscos de toxicidade. Geralmente, quando o
neurologista inicia com um medicamento, só após atingir a dose máxima do mesmo,
é que se associa outro, caso não haja controle adequado da epilepsia.
Mesmo com o uso de múltiplas medicações,
pode não haver controle satisfatório da doença. Neste caso, pode haver
indicação de cirurgia da epilepsia. Ela consiste na retirada de parte de lesão
ou das conexões cerebrais que levam à propagação das descargas anormais. O
procedimento cirúrgico pode levar à cura, ao controle das crises ou à
diminuição da frequência e intensidade das mesmas].
Quem quis, ouviu o Povo no Poder, antigo candidato parlamentar pelo círculo eleitoral
de Maputo desse partido acusado de aliado de falsificador de moeda condenado a dois anos de prisão, suspensa por
cinco anos, a garantir que a “polícia
pediu-me desculpas”! [reagindo às baforadas da cannibis sativa?]
É esse pedido de desculpas a quem
desrespeite as leis, que é pitoresco. É também de interrogar que o Povo no Poder tenha ido buscar soruma em casa para levá-la a uma esquadra
da Polícia: não roça a abuso do Povo no
Poder à autoridade? Ou era para depois se apresentar como vítima da
intervenção policial?
Seria interessante seguir o caso. Se um
boato pode levar jovens ou adultos a agir com irresponsabilidade, como
aconteceu na cidade da Beira, quando se falou do suposto recrutamento
compulsivo para SMO, final da campanha eleitoral, casos boss Candrinho e por aí fora, não imagino se em TV aparecer um
letrado e famoso a proferir discursos como
o fez semana passada o Povo no Poder,
vulgarizando uma TV de cunho religioso e as autoridades policiais. [Não creio
que a Polícia tenha medo de agir contra ilegalidades e sobretudo abuso do
músico do Povo no Poder!]
Nenhum comentário:
Postar um comentário